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Tu gostas de a castigar. Tu gostas de a ver sofrer e rastejar atrás de ti. Tu gostas.
É frustrante quando encontras o que procuras e te apercebes que não estás á altura disso.
Te apercebes que ela é bem melhor do que tu e sempre será.  Tu e todo o teu trabalho e esforço por alcançar a perfeição, nada são comparados com aquilo que ela possui e proporciona.

É nessas alturas que concluis que a perfeição é fria, crua e cheia de nada e tu tens mais preguiça de ser perfeito do que o que queres admitir. No fundo tu só queres ser tu mesmo, mas não suportas que ela seja mais do que o que és. É fatal para o teu ego.
Ela é tão perfeita, tudo o que procuravas e encontraste! Acontece que o que procuravas não corresponde ao que precisas.

Ela tem de interiorizar isso.

Não a ouço falar de amor. Ouço-a falar de tesão, manipulação, prémio, jogo e obsessão.
Tu sabes disso. É reciproco da tua parte. "Admite". São competitivos por natureza, mas tentar sempre superar o outro cansa. E tu estás cansado.

No fim do dia, quando os jogos acabam e já nada resta, podes ter á tua disposição o melhor champagne do mundo, que garantidamente de nada te servirá se a tua sede for de água. É então, perante tudo isto, que ela tão perfeita e a faltar tão pouco para ter tudo o que quer, se torna irremediavelmente dispensável.

Ironicamente o pouco que lhe falta és tu.

Ela nunca terá tudo, pois nunca terá a ti. Não de verdade, não só para ela.
Permanecerá assim, perfeitamente incompleta. E sabendo isso, é então que tu, baixas o olhar, sorris e segues o teu caminho. 

O teu trabalho está terminado.